Ouça este artigo
INSS reconheceu acidente mas não concedeu benefício: e agora?
Você vai entender por que isso acontece e o que fazer na prática. Vamos mostrar motivos comuns para a negativa mesmo com o reconhecimento do acidente, a diferença entre nexo causal e concessão do benefício, e os primeiros passos que você deve tomar. Verá quais documentos e provas fortalecem seu caso — laudos, CAT, atestados, relatórios e exames — e como organizar a papelada para recurso ou revisão. Também explico como registrar no Meu INSS, o papel da perícia médica, quando contestar o laudo e como proteger seus direitos trabalhistas, como a estabilidade acidentária. Quando necessário, oriento quando buscar um advogado especialista.
Principais conclusões
- Você pode recorrer da decisão do INSS.
- Reúna todos os documentos e laudos médicos.
- Peça nova perícia se a prova for insuficiente.
- Considere buscar um advogado especialista em Previdência.
- Respeite os prazos para recurso e revisão.

Por que o INSS reconhece o acidente e ainda nega o benefício
O INSS pode admitir que houve um acidente — por exemplo, quando a CAT (Comunicação de Acidente de Trabalho) é registrada — e mesmo assim negar o benefício. O reconhecimento trata da origem do dano (nexo causal), enquanto a concessão exige prova de incapacidade no momento da perícia, além do cumprimento de requisitos administrativos (carência, tempo de contribuição) e do enquadramento jurídico do benefício solicitado. Admitir o acidente não significa automaticamente que você ficou incapacitado para o trabalho.
Outra razão comum é a discordância entre documentos e o laudo pericial. A perícia do INSS pode entender que você está apto a trabalhar, ou que a incapacidade é parcial e não dá direito ao benefício pleiteado. Também podem influir prazos vencidos, falta de contribuições e erros formais em documentos — detalhes que parecem pequenos, mas pesam na decisão.
O cenário “INSS reconheceu acidente mas não concedeu benefício: e agora?” é frequente. Respirar fundo e agir rápido aumenta a chance de reverter a decisão.
Motivos comuns para benefício negado após reconhecimento do acidente
- Perícia médica conclui incapacidade insuficiente para o tipo de benefício requerido.
- Erros ou falta de formalidade na documentação (atestados sem carimbo, laudos sem assinatura, prazos perdidos).
- Divergência entre laudo particular e laudo pericial.
- Pedido de benefício inadequado ao quadro (por exemplo, pedir auxílio-doença quando o enquadramento seria outro — veja a diferença entre auxílio-doença e auxílio-acidente).
Diferença entre nexo causal reconhecido e concessão do benefício
O nexo causal relaciona o trabalho à lesão. Se o INSS reconhece que o acidente ocorreu por causa do trabalho, confirma essa ligação. A concessão do benefício depende, além disso, de incapacidade temporária ou permanente, carência (quando aplicável) e enquadramento legal. Em suma: reconhecer a causa facilita a defesa, mas não elimina a necessidade de provas médicas atuais e coerentes.
Se houver sequela sem afastamento, saiba que existem situações em que isso ainda dá direito ao auxílio — consulte orientações sobre sequela sem afastamento.
Entenda os passos iniciais que você deve tomar
- Reúna e organize todos os documentos: CAT, atestados, prontuários, exames e laudos médicos.
- Faça cópias e guarde originais.
- Protocole recurso administrativo no INSS dentro do prazo.
- Consulte advogado especialista em Direito Previdenciário ou a Defensoria Pública.
- Considere laudo médico particular para complementar a prova — veja como conseguir laudo que comprove sequelas permanentes.
Documentos e provas que aumentam suas chances de reversão
Se o seu caso é “INSS reconheceu acidente mas não concedeu benefício: e agora?” você precisa montar um dossiê consistente. Não adianta só contar a história; é preciso prova escrita: laudos com CID, exames, atestados com datas e assinatura, CAT, boletim de ocorrência, fotografias do local e testemunhas. Organize tudo em ordem cronológica, destaque as provas mais fortes e guarde cópias autenticadas.
Laudos médicos, CAT e atestados
- Laudos devem trazer data, diagnóstico, CID, evolução clínica e explicitação do nexo causal. Assinatura, carimbo e número do CRM são essenciais.
- A CAT é peça-chave quando o acidente é de trabalho; pode ser emitida pela empresa ou pelo próprio trabalhador. Consulte orientações práticas sobre o que fazer quando o INSS nega o auxílio-acidente em passos específicos.
- Atestados que indiquem afastamento e limitações diárias também contam bastante.
Relatórios de tratamento e exames
Relatórios de fisioterapia, psicoterapia ou reabilitação e exames de imagem (RX, ressonância, tomografia) confirmam diagnóstico e evolução. Se existirem exames pré-acidente, compare-os para afastar a discussão sobre pré-existência.

Como entrar com recurso contra indeferimento INSS sem erro
Ao receber o indeferimento, leia a decisão com calma e destaque os pontos que a perícia ou o setor administrativo errou. Anote datas, nomes e motivo oficial da negativa; isso vira a base do seu recurso. Reúna laudos, atestados, relatórios, comprovantes de acidente e exames; digitalize tudo em PDF legível e organize na ordem que será mencionada no recurso.
Ao redigir, foque no que mudou ou foi ignorado pela análise. Use frases curtas, peça expressamente o que deseja — reexame da perícia, reconhecimento do nexo causal, revisão de incapacidade — e anexe a prova. Lembre: se o INSS reconheceu acidente mas não concedeu benefício: e agora? — você pode demonstrar o nexo com documentação e pedir nova avaliação.
Prazos e tipos de recurso administrativo
- Prazo comum: 30 dias a partir da ciência da decisão (contagem inicia no dia seguinte ao recebimento). Veja orientações sobre prazos do INSS para análise.
- Tipos: pedido de reconsideração (primeira instância) e recursos para instâncias superiores. Às vezes um pedido simples com novo laudo resolve; outras vezes é preciso subir o recurso.
Modelos e argumentos eficazes
Seja objetivo: aponte erro de avaliação, apresente novo laudo e destaque falhas no registro do acidente ou prova de nexo causal. Cite páginas dos documentos anexos e peça protocolo do recurso para acompanhamento.
Passo a passo prático para registrar o recurso no Meu INSS
- Acesse Meu INSS com gov.br.
- Em “Agendamentos/Solicitações” ou “Requerimentos”, escolha recurso/contestação do benefício indeferido.
- Preencha com número do benefício e justificativa curta.
- Anexe PDFs dos documentos; envie e guarde o número de protocolo e a data.
- Verifique o prazo antes de submeter e confirme o recebimento.
Para casos em que a perícia não ocorreu no local ou foi irregular, veja orientações sobre como pedir o auxílio-acidente mesmo sem perícia no local em como proceder.
O papel da perícia médica e quando contestar o laudo pericial
A perícia médica do INSS avalia sua capacidade para trabalhar. Se o laudo ignora exames, tratamentos contínuos ou limitações funcionais relatadas por seus médicos, peça revisão. Contestar faz sentido quando há erros, omissões ou contradições entre o laudo do perito e documentos médicos robustos.
Quando a contestação pode favorecer você
- Quando o perito não avaliou a funcionalidade (impacto nas tarefas diárias e profissionais).
- Quando o perito ignorou tratamentos e exames recentes.
Trazer laudos de especialistas e relatórios de tratamentos pode demonstrar erro de avaliação ou evolução do quadro.
Provas médicas complementares que você pode apresentar
- Laudos de especialistas detalhados.
- Exames de imagem e laboratoriais.
- Prontuários e relatórios de fisioterapia.
- Testes de capacidade funcional.
Organize a cronologia dos exames e tratamentos para demonstrar relação causal e evolução. Se ainda não tiver laudo robusto, veja como obter um laudo que comprove sequelas permanentes ou alternativas para provar incapacidade sem laudo oficial.
Como pedir nova perícia ou revisão no INSS
Solicite pela plataforma Meu INSS ou pessoalmente no posto, anexando novos documentos que comprovem incapacidade. Protocole o pedido de nova perícia e acompanhe o agendamento. Se a resposta administrativa for negativa, leve o caso a um advogado para avaliar recurso administrativo ou ação judicial — inclusive sobre como recorrer judicialmente quando necessário.

Seus direitos trabalhistas: estabilidade acidentária e afastamento
Quando o acidente é de trabalho e houve afastamento, a estabilidade acidentária normalmente garante proteção contra demissão sem justa causa por 12 meses após o retorno. Mesmo que o INSS negue o benefício, o reconhecimento do acidente é importante para proteger o vínculo empregatício e para eventuais ações trabalhistas.
Como a negativa do INSS afeta seu vínculo e salário
INSS reconheceu acidente mas não concedeu benefício: e agora? O reconhecimento do acidente facilita a comprovação de ocupacionalidade e a busca por estabilidade ou indenização trabalhista. Negativa do benefício não significa perda automática da estabilidade; você deve juntar documentos, comunicar o empregador por escrito e, se preciso, abrir ação trabalhista ou recurso no INSS.
Para entender como o auxílio-acidente se relaciona com a carteira assinada e outros direitos, veja o conteúdo sobre auxílio-acidente e carteira assinada.
Medidas práticas para proteger emprego e renda
- Peça e registre a CAT.
- Guarde exames e laudos.
- Protocole recurso ao INSS e solicite nova perícia se necessário.
- Comunique o empregador e procure o sindicato ou advogado para avaliar ação trabalhista ou pedido de reintegração/indenização.
Quando buscar um advogado previdenciário para acidente de trabalho
Se o INSS reconheceu acidente mas não concedeu benefício: e agora? Procure advogado quando houver negação, pagamentos interrompidos, classificação que impeça o auxílio ou quando o prazo administrativo expirou. O advogado avalia documentos, monta o recurso administrativo ou a petição judicial, pede perícia judicial e, se for o caso, tutela de urgência para garantir pagamento imediato.
Situações em que é melhor ter advogado
- Falta de provas médicas ou divergência entre laudos.
- Perda de prazos ou recursos administrativos esgotados.
- Erro na perícia que exige contestação técnica.
O advogado prepara estratégia, reúne provas e solicita perícia judicial quando necessário. Veja orientações sobre como solicitar auxílio-acidente com advogado.
Como escolher um advogado especialista
Busque experiência prática em acidentes de trabalho, depoimentos de clientes, comunicação clara sobre prazos e custos. Prefira quem combine perícias médicas com prova documental e mantenha contato transparente durante o processo.
Resumo prático: passos em 7 itens
INSS reconheceu acidente mas não concedeu benefício: e agora? Faça isto:
- Leia a carta de indeferimento e anote o motivo.
- Junte CAT, laudos, exames e prontuário.
- Digitalize tudo em PDF legível.
- Protocole recurso no Meu INSS dentro de 30 dias.
- Peça nova perícia se houver omissões.
- Avise o empregador por escrito e registre tudo.
- Procure advogado ou Defensoria se o caso for complexo.
Se o objetivo for obter o auxílio-acidente especificamente, entenda melhor por que esse benefício pode ser decisivo na sua vida em por que o auxílio-acidente importa e como garantir retroativos em casos de pagamento retroativo.
Conclusão
Você não está sem saída. Primeiro passo: reúna a documentação — CAT, laudos, atestados, exames e prontuários. Protocole recurso no prazo (normalmente 30 dias) e peça nova perícia se houver omissões ou contradições no laudo do INSS. Se o perito errou ou deixou de avaliar a funcionalidade do seu trabalho, conteste o laudo com provas médicas complementares. Preserve seus direitos trabalhistas: comunique o empregador, cuide da estabilidade acidentária e registre tudo por escrito. Quando o caso for complexo, consulte um especialista em Direito Previdenciário — ele sabe quais provas têm peso e quando seguir para a via judicial.
Não deixe a decisão esfriar. Agir com documentação organizada e argumentos objetivos aumenta muito suas chances. Quer modelos, prazos e passos detalhados? Leia mais no portal com conteúdos práticos sobre benefícios e recursos: thiagobezerra.adv.br.
Perguntas frequentes
- INSS reconheceu acidente mas não concedeu benefício: e agora?
Peça revisão e recurso administrativo, junte laudos, atestados e CAT, procure INSS, Defensoria ou advogado e não perca prazos.
- Por que o INSS reconheceu o acidente, mas negou o benefício?
Pode faltar prova de incapacidade no momento da perícia, haver falta de contribuições ou erro formal nos documentos. Veja o motivo na carta de indeferimento ou procure orientações sobre como comprovar o acidente quando o INSS não reconheceu.
- Posso recorrer da decisão?
Sim. Você pode recorrer ao INSS (geralmente 30 dias). Anexe documentos novos e peça reexame. Se precisar, avalie o recurso judicial em como recorrer judicialmente.
- Preciso contratar advogado?
Nem sempre. A Defensoria Pública pode ajudar. Em casos difíceis, perda de prazo ou necessidade de perícia judicial, advogado é recomendável. Veja também como contatar um advogado para auxiliar no pedido.
- Que provas eu preciso para conseguir o benefício?
Laudos médicos claros (com CID e nexo causal), exames de imagem, prontuário, CAT e, se possível, testemunhas ou declaração da empresa. Organize tudo e entregue rápido. Para dúvidas sobre provas sem laudo oficial, leia opções para provar incapacidade.

